O Sol, recurso praticamente inesgotável e constante, é a nossa principal fonte de energia e fornece anualmente para a atmosfera terrestre cerca de 10.000 vezes o consumo mundial de energia verificado nesse mesmo período. Portugal é um dos países da Europa com melhores condições para aproveitamento deste recurso, dispondo de um número médio anual de horas de Sol que varia entre 2200 e 3000. Através do efeito fotovoltaico converte-se a radiação solar em energia eléctrica e esta energia pode ser utilizada directamente para aquecer e iluminar edifícios, aquecer água de piscinas e águas sanitárias.

O aproveitamento da energia solar implica a sua utilização directa numa função em particular, seja o aquecimento de um fluido através de sistemas solares térmicos, a produção de energia com os sistemas fotovoltaicos ou a utilização adequada num edifico através de sistemas solares passivos (clarabóias, envidraçados, coberturas/pavimentos/paredes de armazenamento térmico, entre outros).A base da captação de energia solar em todos os sistemas passivos e nalguns sistemas activos (nomeadamente na água quente solar - AQS), consiste no efeito de estufa, sendo para tal utilizadas superfícies selectivas, tais como o vidro, que permitam a passagem da radiação solar nos comprimentos de onda de luz visível e infra-vermelhos próximos (cerca de 40 a 45% da radiação total emitida pelo sol), mas bloqueiam a passagem de infravermelhos de comprimento de onda larga a partir de 3,5?m, sendo praticamente opacos aos comprimentos de onda superiores a 5?m.
 
 
Os edifícios constituem um bom exemplo de sistemas solares passivos. Um edifício de habitação pode ser concebido e construído de tal forma que o seu conforto, a nível térmico, no Inverno e no Verão, seja mantido com recurso reduzido a energias convencionais (como a electricidade ou o gás), com importantes benefícios económicos e de habitabilidade. Para isso, tornam-se necessárias intervenções ao nível das tecnologias passivas, como sejam o isolamento do edifício e uma orientação e exposição solar adequados às condições climáticas, a outras mais elaboradas, respeitantes à concepção do edifício e aos materiais utilizados. 

Num sistema activo recorre-se a meios artificiais de transferência, nomeadamente à convecção forçada de fluidos por meio de bombas ou ventiladores.